Na boca do túnel. |
A
Mina Brejuí pode se transformar no carro chefe do turismo do Seridó. Lá já
existe: o Memorial Tomaz Salustino, que conta à história da exploração
da schelita e a vida do empreendedor e benemérito de Currais Novos; a Gruta
de Santa Bárbara, que é a padroeira dos mineradores; o Parque de
Esculturas confeccionado por artista da região que retrata alguns temas
ligados ao minerador; a Capela de Santa Teresa de uma arquitetura
exuberante; as Dunas Brancas formadas pelo rejeito do minério estocado
ao longo do tempo e lembrando as costas do nosso Rio Grande do Norte; além da Vila
Operária em si que é um marco do empreendimento realizado na região. A Mina
Brejuí, que desde 1943 e durante mais de 55 anos foi a maior produtora de
schelita da América do Sul. Agora, inativa, está entrando no roteiro turístico
regional. No momento, alem de visitantes estrangeiros, principalmente
espanhóis, suecos e holandeses, interessados em conhecer a potencialidade do
nosso interior, temos também visitas de estudantes de todos os níveis de
escolaridade desde o primeiro grau até de universidades. Eles percorrem a pé,
pequeno trecho de um total de 60 quilômetros de túneis e galerias.
Turistas na entrada. |
Alguns
funcionários que exploravam a mina hoje são guias e explicam com detalhes que o
minério, durante a II Guerra Mundial, foi fundamental na introdução de novas
tecnologias de armamento e aviação. E os turistas ficam impressionados quando
ficam sabendo de que durante o tempo em que foi explorada a mina produziu 25
milhões de quilos de schelita, o que representaria hoje a geração de US$ 150
milhões em divisas para o Brasil. Na escuridão das galerias, os fachos de luz
das lanternas mostram os filões do minério na terra. Em nada lembra os dias de
glória, quando a produção diária de 1,5 tonelada de schelita exigia o
processamento de 400 toneladas de material retirado do subsolo.
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Ninguém
entende o porque da mina inativa. Ela já exportou, por mais de 30 anos, para os
Estados Unidos, Inglaterra, Holanda, Suécia e outros países, chegando a
produzir de 600 a 850 toneladas, por ano, entre 1970 e 1975, com um faturamento
superior aos quatro milhões de dólares.
Depois percorrendo as ruas de Currais Novos, o turista sente como a
riqueza gerada rendeu frutos. A cidade ganhou hotel, cinema, posto de
puericultura, emissora de rádio, agência do Banco do Brasil, campo de futebol,
clube social, campo de pouso, colégio, hospital e casa de idosos. No final da
visita, a pergunta mais freqüente que surge entre os mesmos é porque a mina
está desativada, deixando muitos desempregados e uma cidade necessitando de novos
investimentos para crescer. E aí vem a explicação: Depois de resistir, durante
dez anos, a concorrência do mercado internacional, a queda da produção da
schelita começou em 1985, quando não foi mais possível resistir a concorrência
da China, que utiliza mão de obra barata e oferece o produto sem qualquer imposto.