quinta-feira, 26 de abril de 2012

PARQUE TEMÁTICO - MINA BREJUÍ



 

          
Na boca do túnel. 

A Mina Brejuí pode se transformar no carro chefe do turismo do Seridó. Lá já existe: o Memorial Tomaz Salustino, que conta à história da exploração da schelita e a vida do empreendedor e benemérito de Currais Novos; a Gruta de Santa Bárbara, que é a padroeira dos mineradores; o Parque de Esculturas confeccionado por artista da região que retrata alguns temas ligados ao minerador; a Capela de Santa Teresa de uma arquitetura exuberante; as Dunas Brancas formadas pelo rejeito do minério estocado ao longo do tempo e lembrando as costas do nosso Rio Grande do Norte; além da Vila Operária em si que é um marco do empreendimento realizado na região. A Mina Brejuí, que desde 1943 e durante mais de 55 anos foi a maior produtora de schelita da América do Sul. Agora, inativa, está entrando no roteiro turístico regional. No momento, alem de visitantes estrangeiros, principalmente espanhóis, suecos e holandeses, interessados em conhecer a potencialidade do nosso interior, temos também visitas de estudantes de todos os níveis de escolaridade desde o primeiro grau até de universidades. Eles percorrem a pé, pequeno trecho de um total de 60 quilômetros de túneis e galerias. 
 

         Turistas na entrada. 

Alguns funcionários que exploravam a mina hoje são guias e explicam com detalhes que o minério, durante a II Guerra Mundial, foi fundamental na introdução de novas tecnologias de armamento e aviação. E os turistas ficam impressionados quando ficam sabendo de que durante o tempo em que foi explorada a mina produziu 25 milhões de quilos de schelita, o que representaria hoje a geração de US$ 150 milhões em divisas para o Brasil. Na escuridão das galerias, os fachos de luz das lanternas mostram os filões do minério na terra. Em nada lembra os dias de glória, quando a produção diária de 1,5 tonelada de schelita exigia o processamento de 400 toneladas de material retirado do subsolo.


Ninguém entende o porque da mina inativa. Ela já exportou, por mais de 30 anos, para os Estados Unidos, Inglaterra, Holanda, Suécia e outros países, chegando a produzir de 600 a 850 toneladas, por ano, entre 1970 e 1975, com um faturamento superior aos quatro milhões de dólares.  Depois percorrendo as ruas de Currais Novos, o turista sente como a riqueza gerada rendeu frutos. A cidade ganhou hotel, cinema, posto de puericultura, emissora de rádio, agência do Banco do Brasil, campo de futebol, clube social, campo de pouso, colégio, hospital e casa de idosos. No final da visita, a pergunta mais freqüente que surge entre os mesmos é porque a mina está desativada, deixando muitos desempregados e uma cidade necessitando de novos investimentos para crescer. E aí vem a explicação: Depois de resistir, durante dez anos, a concorrência do mercado internacional, a queda da produção da schelita começou em 1985, quando não foi mais possível resistir a concorrência da China, que utiliza mão de obra barata e oferece o produto sem qualquer imposto.